Por um tempo, me perdi. As coisas não saíram como o planejado. E eu planejo,
muito. Faço listas, as checo e as organizo em pastas no computador. Por isso, os
dias se tornaram caóticos quando me vi em um cenário completamente oposto ao
que havia imaginado, e, dentre meus dias numerados perante minha falta de
perspectiva neste novo ciclo, a vida me virou do avesso. E do avesso, me virou
ao contrário, e deste me fiz outra, e é essa outra que lhes escreve agora.
Atualmente, vivo na dualidade entre me entregar e ser resistente. Ninguém
me tem, a não ser eu mesma. O que para alguns passa a ser considerado defeito.
Entretanto, no fim, somos todos quebrados e defeituosos. E os quebrados nos
fazem ser o que somos. Fazem-nos crescer e nos trazem maturidade para encarar
os perrengues da vida. Já que, ninguém calça os nossos sapatos sujos ou
entende as curvaturas presentes em nossos caminhos cotidianos.
E foi nessa perspectiva que finalmente entendi que todos os “não”
recebidos, se fazem abertura para os tantos outros “sim” que receberemos ao
longo da vida. Assim, me entrego ao caminho infinito dessa trilha que agora
pertenço, em que cada parte do meu corpo nu se faz ansiosa pelos desdobramentos
que se sucedem na minha mente, no meu coração, na minha alma e na minha vida.
Dessa forma, meu coração anda nu, feito meu corpo. Pertenço-me e ao mesmo
tempo, me doo de formas inimagináveis. Sou coragem, feita de sonhos. Romântica,
fria e introspectiva. Sou tudo e nada, aliada a esperança que me faz querer
viver.
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