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2019


Por um tempo, me perdi. As coisas não saíram como o planejado. E eu planejo, muito. Faço listas, as checo e as organizo em pastas no computador. Por isso, os dias se tornaram caóticos quando me vi em um cenário completamente oposto ao que havia imaginado, e, dentre meus dias numerados perante minha falta de perspectiva neste novo ciclo, a vida me virou do avesso. E do avesso, me virou ao contrário, e deste me fiz outra, e é essa outra que lhes escreve agora.
Atualmente, vivo na dualidade entre me entregar e ser resistente. Ninguém me tem, a não ser eu mesma. O que para alguns passa a ser considerado defeito. Entretanto, no fim, somos todos quebrados e defeituosos. E os quebrados nos fazem ser o que somos. Fazem-nos crescer e nos trazem maturidade para encarar os perrengues da vida. Já que, ninguém calça os nossos sapatos sujos ou entende as curvaturas presentes em nossos caminhos cotidianos.
E foi nessa perspectiva que finalmente entendi que todos os “não” recebidos, se fazem abertura para os tantos outros “sim” que receberemos ao longo da vida. Assim, me entrego ao caminho infinito dessa trilha que agora pertenço, em que cada parte do meu corpo nu se faz ansiosa pelos desdobramentos que se sucedem na minha mente, no meu coração, na minha alma e na minha vida.
Dessa forma, meu coração anda nu, feito meu corpo. Pertenço-me e ao mesmo tempo, me doo de formas inimagináveis. Sou coragem, feita de sonhos. Romântica, fria e introspectiva. Sou tudo e nada, aliada a esperança que me faz querer viver.

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