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Uma questão de orgulho


Eu não me permito sentir e, ultimamente, isso tem sido um problema. Gosto de pensar que não é apenas uma questão de orgulho, mas sim de amor próprio. Não adianta insistir na pessoa se ela não valoriza seus esforços para tal. Apesar de, em certo ponto, me enganar por insistir nessa ideia e chegar a conclusão de que, o orgulho, muitas vezes, acaba por estragar diversas coisas. São oportunidades, amores, amizades, que só acontecem uma vez na vida e, se vão. Você só vive uma vez, então tem de aproveitar da melhor maneira possível. Deixar o orgulho de lado, na maior parte do tempo, é a melhor opção.


Não entendo essa mania do ser humano de conhecer uma pessoa foda pra caralho num dia, onde a conexão é tamanha que já não se consegue mais parar de pensar e querer aquele ser humaninho por perto mais um pouco, conhecer mais, descobrir os anseios, os medos, os amores... E para que tudo isso aconteça, se esperam um ou dois dias para que um dos lados, mande a maldita mensagem. O primeiro "Olá, como passou desde aquele dia?".
Esquece aqueles passos bobos para conquistar a pessoa amada em 7 dias, esquece as “5 dicas para descobrir se ele está afim de você” que estavam estampadas na capa da revista e, esquece esse teatro que te faz parecer o que não é. Se joga! Se der saudade, demonstra. Se tiver vontade de mandar mensagem, manda! Se der vontade de ligar, liga! Se der vontade de abraçar, abraça, beija...  faz o que quiser. Só não deixe de ser feliz por qualquer besteira, o que tiver de ser, será independente  de nossas vontades. Nós não controlamos o destino, apenas fazemos os nossos caminhos.
O orgulho é foda, reconheço. É um ser dos diabos que vem de sei lá onde e causa situações desastrosas. Porém, um dia você irá encontrar alguém que fará com que tudo saia fora do lugar. As estrelas irão lhes fazer amores. Aquela lista de “afazeres para o dia” já não irá encaixar-se tão bem quanto antes. O que sobra é o frio na barriga e aquela velha história de deixar guiar-se por caminhos inimagináveis em um outro ser.
Deixe esse orgulho pra lá, menina. Vá ser feliz. Mas, ande com ele as escondidas, caso precise em alguma ocasião. Lembre-se de que na sua vida, você quem manda e reivindica suas escolhas e opiniões. Só você tem esse direito, mais ninguém. Nunca deixe que te tirem um de seus maiores tesouros. O amor próprio. A instância de se ser, aquilo que se é. O orgulho é um carinha dos diabos sim, mas sempre digno de ser lembrado. Nunca, esquecido. Apenas permita-se sentir as sensações da vida. Permita-se levar e ser levada a cada passo. Permita-se viver. Permita-se ser.
Como diria um de meus poetisas favoritos, Renato Russo, “O mal do século é a solidão. Cada um de nós imerso em sua própria arrogância. Esperando por um pouco de afeição.”

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