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Outras dores, mais amores


É drama você chorar por ter tido uma briga com os pais, por ter tirado uma nota baixa naquela prova a qual passara a madrugada e a manhã toda estudando, por se olhar no espelho e não se gostar, por não se sentir desejada, por sentir saudade de momentos que não voltarão a acontecer, pelos relacionamentos que nunca dão certo e sempre chegam ao fim, pelas coisas mesmo quando tendem a direção certa, acabarem no labirinto sem saída da margem de erros. Enfim, tudo é drama a partir do momento em que você não vive a realidade do outro, não sente a dor do próximo ou ao menos, tenta entender o que se passa com algum outro individuo além de você mesmo. 

Claro que ninguém aqui possui uma bola de cristal capaz de transmitir todos os sentimentos, pensamentos e dores de um outro alguém, porém, na falta desta, todos nós viemos equipados com o esquecido mas, ainda assim, digno de ser lembrado, bom senso. 
Cada ser existente está dentro de seu próprio universo. Cada qual com ideologias distintas entre si. Pensamentos diversos não deveriam ser motivos para conflitos, mas são. Se, em nossa maioria, ainda utilizássemos do respeito mútuo sobre nossas diferenças, o caos diminuíra em proporções avassaladoras. Me atrevo a dizer, que poderíamos até quem sabe, atingir a clamada paz mundial. 
Essa falta de empatia, essa falta de amor, ultrapassa gerações. Não é porque para você machucar o dedinho do pé na beirada da cama pareça bobo, que para a outra pessoa também deva parecer. Não te cabe julgar a realidade que você não vive. Não te cabe julgar dores, não te cabe julgar sentimentos e muito menos opiniões. 
Todos nós somos seres únicos, providos de habilidades próprias, seguindo do principio do livre arbítrio, em que cada ser pode ser aquilo que quiser, aquilo que se é, essência. Nossas diferenças são as responsáveis pelas molduras do universo, pelo o que viemos a ser ou pelo o que deixamos para trás. Somos o que somos e, ninguém, nem mesmo sua mãe, seu pai, sua avó ou periquito da vizinha sabem o que se passa dentro de você, dentro do seu coração, dentro da sua mente, seus pensamentos, medos e atrevimentos mais insanos. 
Acredito que, a partir do momento em que paramos de olhar para o próprio umbigo e passarmos a buscar interesse para entender as dores uns dos outros, o mundo passará a atender nossos chamados. As reclamações, os dias mau-humorados, não serão tão difíceis de serem enfrentados. Seja a luz em meio ao caos, menos cara fechada e mais sorrisos diante a situações ruins, mais abraços, mais consolos e mais amores. De ódio, o mundo já está cheio. 
O que precisamos é de compreensão. De alguém que pareça ser a solução em meio a tantos problemas, que nos entenda e também que nós passemos a entender outras dores. Quando tudo parecer dar errado, prestes a desabar, um sorriso e um "bom dia" ajudam a melhorar. Aprenda a sorrir para o porteiro, a corresponder os beijos dados sem emoção e fazer coisas boas sem que para isso, haja algum meio de ganho, além da reciprocidade dentre os corações. 

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